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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ah , o tempo ...


O tempo passa . Simplesmente ele passa . Vai-se , discorre , apressa-se e não nos diz adeus . Não tem vontade própria . É inerente ao partir . Não se apega , não raciocina , contudo , deixa o seu rastro por onde passa . Nada é intencional , proposital . Ele , realmente , é incapaz de controlar os impactos que causa com sua chegada e partida .
Sente-se mal , manipulador e contraditório . Não entende como pode fazer tanto mal e bem simultaneamente , pois consigo traz rugas , mortes , mudanças , esquecimentos , e em contrapartida carrega juventudes , vidas , permanências , lembranças .
Certa vez , tentou matar-se , mas foi inútil , a imortalidade estava dentro de cada parte que o compunha . Olhou para trás , para frente , viu um grande caminho percorrido e um infinito para cursar . Aceitou-se , exatamente como é : incompreensível , indecifrável e incoerente . Percebeu que todos seus caracteres , repletos de negatividade , eram ambíguos e deixavam espaço para tornarem-se positivos , pois era apenas uma questão de prefixo , e essa mudança era tarefa para quem o encontrasse .
Seguindo sua estrada , encontrou uma moça , essa o compreendeu inteiramente e viveu bem enquanto ele esteve por perto . Mas como sempre , o tempo teve que partir . Ela implorou pela sua permanência , porém , ele se foi e levou consigo toda a felicidade momentânea .
Mortal ser humano , não adianta insistir . Por mais que você o queira , ele não ficará . Não é frieza : a partida e a chegada é o que mantem a sua função .

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